Moscas

As moscas podem transmitir 64 espécies de vírus, 29 espécies de fungos, 112 espécies de bactérias, 60 espécies de protozoários e 50 espécies de helmintos, além de causarem miíase , popularmente conhecidas como bernes e bicheiras. No Estudo da capacidade de transmissão de agentes patogênicos e causa de doenças por dípteros caliptrados no estado do Rio de Janeiro , pesquisadores coletaram moscas na região da Baixada Fluminense para a análise da presença de microrganismos causadores de doenças nesses insetos. Os resultados da pesquisa, foram apresentados em setembro de 2004 no Congresso de Entomologia, em Gramado (RS), e enviados para publicação no Journal of Medical Entomology.

Fique sabendo:

  • As moscas podem transmitir 64 espécies de vírus.
  • Transmitem ainda úlceras cutâneas.
  • Percebem o cheiro de alimento a até dez quilômetros.

Dípteros caliptrados são moscas que vivem nos mais diversos ambientes e apresentam uma membrana embaixo da asa (calíptera) e um balancim, estruturas responsáveis pelo equilíbrio no voo. Os microrganismos transmitidos por esses insetos são encontrados nas fezes, no lixo urbano, doméstico ou hospitalar, nas secreções orgânicas e nos cadáveres em putrefação . Eles podem ser carregados pelas moscas aderidos às cerdas presentes em suas patas ou em seu corpo. Alguns microrganismos passam intactos pelo aparelho digestivo das moscas e podem ser transmitidos pelos seus dejetos.

Outro mecanismo de transmissão é através do aparelho bucal, que pode ser lambedor-sugador ou picador-sugador. “Para se alimentar, as moscas que têm aparelho lambedor regurgitam, lançando enzimas sobre o alimento para depois sugá-lo. Nessa regurgitação alimentar podem estar presentes agentes patogênicos”, explica a pesquisadora do IOC Margareth Queiroz, doutora em parasitologia médica e veterinária. Já as moscas com aparelho bucal picador alimentam-se de sangue e transmitem doenças ao picar uma pessoa sã logo após ter picado uma doente.

“As moscas percebem o cheiro de alimento a até dez quilômetros de distância. Ao pousar sobre um prato contendo alimento, deixam os microrganismos que estavam nas cerdas ou no aparelho bucal”, diz Queiroz. Através da comida podem ser transmitidos vírus como o da poliomielite (paralisia infantil) ou de gastroenterites (causadores de diarreias), bactérias como SalmonellaShigella ou Escherichia coli, todas relacionadas a diarreias, a última especialmente perigosa para imunodeprimidos , protozoários como amebas ou giárdias, e ainda ovos e larvas de alguns helmintos como Ascaris lumbricoides e tênia. Segundo Queiroz, as diarreias causadas por esses microrganismos são mais comuns no verão, pois o clima quente e úmido é propício para as moscas.

Algumas moscas são hospedeiros intermediários de helmintos (vermes). Outras se alimentam de secreções oculares e transmitem conjuntivites como o tracoma, de origem bacteriana, que causa cicatrização fibrosa da córnea e pode levar à cegueira.

Outras transmitem ainda úlceras cutâneas que podem evoluir para necroses. O ferimento atrai mais moscas que podem espalhar a doença por meio das cerdas ou da regurgitação.

Ao pousar sobre feridas abertas, as moscas também podem transmitir doenças como o tétano. O bacilo Clostridium tetani vive no solo e em fezes de animais. Os insetos transportam os esporos do bacilo, que produzem a toxina causadora da doença.

É sobre lesões já existentes que moscas da família Calliphoridae põem seus ovos, gerando as miíases teciduais, conhecidas como bicheiras. Em no máximo duas horas as larvas eclodem. “Esse tipo de miíase tem no mínimo 20 larvas, podendo chegar a centenas”, diz Queiroz. “As larvas se alimentam de tecido, invadem cavidades e podem levar à morte. As bicheiras têm cheiro muito forte e são mais comuns em animais, mas também podem acometer pessoas, especialmente doentes mentais, alcoólatras, diabéticos e pacientes com câncer em estágio avançado. Esse tipo de miíase também é associado à baixa renda e à baixa escolaridade”.

A miíase furuncular, também conhecida como berne, é mais frequente no homem que a tecidual, principalmente depois da expansão do ecoturismo. Moscas da família Cuterebridae põem seus ovos em outras moscas, que os veiculam. As larvas penetram na pele íntegra, sem a necessidade de haver lesões.

“As míiases geram grandes prejuízos na criação de gado, pois diminuem a qualidade de vida do animal e causam depreciação do couro, que fica marcado por cicatrizes”.

Segundo a pesquisadora, a higiene é a principal forma de combater as moscas. “Elas são insetos associados ao acúmulo de lixo”, diz. Entretanto, inseticidas também se fazem necessários. “Além dos químicos, há também os inseticidas biológicos, que usam princípios ativos de plantas ou bactérias patogênicas para as larvas de moscas, como o Bacillus thuringiensis. Esses últimos ainda estão sendo pesquisados por diversos pesquisadores do Brasil, inclusive do IOC”.

Generalidades

Insetos voadores pertencentes a ordem Díptera, são os mais encontrados em todo o mundo.

Dentro das espécies, algumas são hematófagas e outras se alimentam de matéria orgânica fresca ou em decomposição, razão pela qual se tornam vetores de vários micro-organismos causadores de doenças, tais como: febre tifoide e paratifoide, diarreia, cólera, vermes intestinais, poliomielite, entre outras.

Além de transmitir endemias, algumas das espécies de moscas competem com o homem por alimento, como no caso da mosca das frutas (Anastrepha spp), que causa danos diretos no processo produtivo. É uma praga de diversas culturas e é parasita de animais, o que interfere na produção de carne, ovos e outros produtos de origem animal.

Dentre as espécies caracterizadas como pragas, temos a mosca comum (Musca domestica), mosca dos estábulos (Stormoxys calcitrans), mosca das latrinas (Phania spp), entre outras. Há vários outros tipos de moscas menos frequentes nas residências, mas que estão nas cidades. Existem as que se alimentam de cadáveres onde também põem seus ovos (Sarcofagídeos) e as de coloração metálica (Califorídeos) que vivem do lixo mas preferem carne e seus derivados. Há ainda, as pequenas Drosophilas e as “Mutucas” que picam dolorosamente. Além dessas, ocorrem várias outras espécies que causam incômodo e contaminações.

Biologia e Hábitos

Insetos caracterizados por um par de asas (Dípteros), apresentam aparelho bucal do tipo esponjoso, suas larvas não possuem pés e geralmente tem a cabeça retraída dentro do tórax.

A ovo posição pode se dar em ambientes ricos em matéria orgânica ou diretamente nos animais parasitados. No caso da mosca comum, após a fêmea copular com o macho, deposita seus ovos, que são em torno de 75 a 100 ovos por lote, colocando-os num total de 5 a 6 lotes; a eclosão destes ovos no período quente, fica em torno de 12 a 24 horas. Após a liberação das larvas, esta fase dura aproximadamente de 4 a 7 dias; ao término deste período, começa a fase pupal, que dura algumas horas, fechando seu ciclo com a fase adulta. No verão, dependendo da temperatura e umidade, pode-se chegar a duas gerações de moscas em um mês.

As moscas são atraídas por uma grande variedade de alimentos, mas seu aparelho bucal, só permitem a ingestão de alimentos líquidos ou semilíquidos, de forma que necessitam liquefazer regurgitando sobre eles sua saliva fortemente enzimática.

Habitualmente, esses insetos podem ser encontrados pousados no chão, paredes, tetos, folhas de plantas etc. À noite, são encontrados repousando sobre fios elétricos e arames.

Enzimática

Habitualmente, esses insetos podem ser encontrados pousados no chão, paredes, tetos, folhas de plantas etc. À noite, são encontrados repousando sobre fios elétricos e arames.

Existem várias espécies que podem ser denominadas de mosquitos, também conhecidos como pernilongos ,muriçocas , borrachudos e piuns. Pertencem à família Culicidae e reconhece-se atualmente a existência de aproximadamente 3600 espécies distribuídas por 40 gêneros. Caracterizam-se por suas asas membranosas, pernas alongadas e aparelho bucal picador sugador.

São encontrados frequentemente, em regiões tropicais e subtropicais como a América Central, América do Sul, Sul dos EUA, África, Oriente Médio e em vastas áreas da Ásia.

A importância do controle desta praga é fundamental para a saúde pública, pois são vetores de uma séria de endemias como: malária (Anopheles spp), dengue (Aedes sp), leishmaniose (Flebotomo spp), filariose (Culex sp), febre amarela (Aedes sp) etc, além das doloridas picadas do Simulidium sp.

As questões ambientais urbanas são geradas pelas modificações feitas pelo homem no habitat, estimulando a adaptação destes insetos ao modo de vida moderno, onde fornecemos abrigo (coleções de água, vasos, caixas de água, pneus, dejetos) água e alimento, promovendo a explosão populacional do inseto e seus consequentes danos a saúde.

Insetos que possuem metamorfose completa, fazem postura de ovos (nos mais variados locais) que ao eclodir darão origem as larvas (geralmente aquáticas), que irão se empupar. As pupas ao completar o ciclo, formarão os novos adultos.

As fêmeas necessitam alimentar-se com o sangue de animais ou de seres humanos para tornar seus ovos viáveis. São atraídas pela expiração e transpiração que liberam CO2, que é captado pelas antenas.

Ao contrário do que muitos acreditam, a maior fase do ciclo de vida deste inseto é a fase jovem (ovo – larva – pupa). Os ovos de Aedes sp podem ficar viáveis por até 5 anos.

O ciclo de vida é bastante rápido. Algumas espécies são capazes de produzir novas gerações em apenas 7 dias, mas a maioria dura em torno de duas semanas para gerar novos indivíduos.

Existe uma diversidade no hábito alimentar entre as espécies: algumas preferem o período noturno para alimentação (Culex spp), e na maioria dos casos (Aedes spp), preferem o diurno (hora do crepúsculo), onde se concentra a maior atividade.

Tanto os machos quanto as fêmeas se alimentam do néctar das flores. A maioria das fêmeas necessita pelo menos uma refeição de sangue para produzir seus ovos. Pesquisas confirmam a presença de enzimas na saliva destes dípteros que promovem um efeito anticoagulante, facilitando sua alimentação.

Controle

Devido a grande diversidade de locais de postura de ovos, das diferentes características das espécies quanto a seleção do local (água corrente, água limpa e água rica em matéria orgânica) e da grande capacidade de dispersão dos adultos, observa-se um grande grau de dificuldade ao quantificar e mapear as áreas de infestação.

A inspeção e localização dos criatórios larvários é fundamental para o sucesso do controle. Dentro das técnicas adotadas no manejo integrado de pragas (MIP), deve-se associar o uso de larvicidas com adulticidas, impedindo a reinfestação. Ainda assim, ressaltamos a importância de consultar e contratar uma empresa especializada no controle de pragas.